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Treinamento de força e economia de corrida

Existem vários métodos de treinos que podem ser utilizados para ganho de força muscular: Resistência de Força, Força Máxima, Levantamento de Peso Olímpico, Pliometria e Sprints são alguns exemplos de métodos existentes.

No entanto, é importante destacar que não necessariamente o aumento de força está atrelado ao aumento da massa muscular. O aumento da força pode sim ocorrer através do aumento da musculatura (adaptações musculares), mas pode também ocorrer através da melhora da comunicação cérebro-neurônio-músculo (adaptações neurais). E é sobre este segundo ponto que iremos falar hoje.

Dentre as adaptações neurais podemos citar:

1. Melhora no recrutamento de unidades motoras (fibras musculares);
2. Maior taxa de disparo neural (quantidade de estímulo que o cérebro é capaz de enviar para a musculatura);
3. Maior velocidade de propagação do potencial de ação (velocidade com que a informação do cérebro chega ao músculo e/ou retorna do músculo para o cerebro);
4. Melhora da coordenação intramuscular (capacidade do músculo contrair todas suas fibras ao mesmo tempo).

Aplicado ao contexto da Corrida, o aumento da força muscular por adaptações neurais auxilia, principalmente, na Economia de Movimento (Economia de Corrida), pois contribui fortemente para o aumento da chamada Taxa de Desenvolvimento de Força – TDF (Que é o quão rápido seu cerébro é capaz de fazer seu músculo gerar força).

E o aumento na TDF faz com que o tempo de contato do pé com o solo durante a passada seja menor. E, como é nesta fase que ocorre a troca de energia com o solo, uma melhora neste aspecto pode representar melhor aproveitamento de energia potencial elástica pelo sistema tendíneo-muscular, gerando maior impulso nas passadas e menor custo energético.

Ou seja, você conseguirá correr mais rápido consumindo menos energia. Outra vantagem para os corredores de se melhorar a força muscular por aspectos neurais é a ausência de ganhos de massa muscular (hipertrofia).

Tendo em vista que quanto maior o tamanho dos músculos, maior será sua exigência energética, menor será sua densidade mitocondrial e maior será o peso corporal do atleta, nem sempre os ganhos de massa muscular serão desejados para os corredores.

Mas, os ganhos de força e melhoras na TDF, sim.
Um trabalho de revisão sistemática publicado em 2018 pela revista Sports Medice (Blagrove RC, Howatson G, Hayes PR) analisou vários métodos de treino de Força (Resistência de Força, Força Máxima, Pliometria, Resistência de Força Explosiva e Sprints) em atletas de diferentes níveis (Treinados, Bem Treinados ou Altamente Treinados) e de diferentes distâncias (Curtas e Longas) e constatou que programas de treinamento de força (com mínimo de 4 semanas), em geral, melhoram significativamente a economia de corrida dos atletas entre 2-8% (para todos os corredores).

Mas, os autores enfatizam que para existir ganhos de performance com o treinamento de Força alguns aspectos importante devem ser bem controlados:

1. Quantidades de sessões de treinos na semana;
2. Intensidade da carga de treino (pesos/velocidade);
3. Tipos de exercícios utilizados (exercícios com peso corporal, pesos livres ou máquinas / exercícios multiarticulares ou monoarticulares / exercícios em cadeia cinética fechada ou aberta);
4. Duração do planejamento de treino (em semanas) para cada método.

Sendo assim, para garantir melhores resultados de performance em sua corrida através de um treinamento de Força, consulte um Treinador especialista na área. – Rodrigo Galhardo, Prof. BioEco.

Blagrove RC, Howatson G, Hayes PR. “EFFECTS OF STRENGTH TRAINING ON THE PHYSIOLOGICAL DETERMINANTS OFF MIDDLE- AND LONG-DISTANCE RUNNING PERFORMANCE: A SYSTEMATIC REVIEM”. Sports Science, 2018.